domingo, 12 de setembro de 2010

"Statu Quo"

Por que temos tanta resitência às mudanças?

Manter as coisas do jeito que estão realmente é a forma mais fácil de "viver", mas será que é realmente VIVER?

Por esses dias um grande amigo me ligou e questionou-me o por quê de uma dada situação ter sido tão incomoda para outra pessoa mas ninguém, e principalmente o incomodado, não ter-lhe reportado seu descontentamento. E apenas outros dois colegas terem tomado as dores e lhe falado de que existem coisas em que não se deve alterar a 'ordem existente' e apenas manter o 'statu quo'.
Fato é que o questinamento e a indignação do meu amigo estavam corretos, a ordem que ele alterou foi simplesmente por um fator de saúde, e é claro que ele não precisaria sair aos quatro cantos gritando que ele tem esse problema. A descrição da situação chega até ser revoltante pelo fato de que por causa de uma "hierarquia imaginária" uma pessoa deve se prejudicar para outro apena gozar de um privilégio ou de uma situação de conforto um pouco melhor e não por mérito ou necessidade!

Muito me estranha o fato de tais colegas serem, assim como meu amigo, estudantes universitários de uma instituição pública, onde imaginamos o pressuposto de serem pessoas "abertas" a novidades e não o contrário: uma mesquinhez e a falta de caráter tamanha em defender alguem que, aparentemente, não merece nem ao menos a consideração alheia.

E eu me pergunto: será que é isso que devemos esperar para o futuro? Jovens que não são mais ávidos de novidades, de mudanças e que simplesmente aceitam a situação da forma que está?Não há mais contestamento e tampouco questionamento da atual ordem.
Parece-me inclusive que os jovens omitem-se de seu papel transformador na sociedade! Num mundo onde existiu uma geração hippie que através do "paz e amor" provocaram uma verdadeira revolução no planeta. Punks que contestavam a ordem das coisas... e hoje, o que vemos? Emos que choram e sofrem sem nem ao menos saber porque choram? Uma geração que acha que o modismo de relações homossexuais é a solução dos problemas?

Pessoas omissas ao mundo que as rodeia, que criam um conto de fadas diário, onde não existem problemas... e se essas pessoas ao menos parassem de viver nesse falso conto de fadas e olhassem em volta conseguiriam enxergar um pai viciado, uma mãe alcoolatra, uma irmã depressiva e um irmão traficante para ajudar.

O mundo real pode não ser perfeito e sem problemas como aquele que é criado na imaginação, mas com certeza ele se aproximará disso quando deixarmos de ser omissos as mazelas e resolvermos prestar atenção ao redor.

E para aqueles que ainda se contentam em manter o 'statu quo', meus pesares, pois voces estão mortos para o mundo!


"Os meus inimigos (ainda) estão no poder."

3 comentários:

Mensageiro disse...

O comodismo da nossa geração é o que me faz por vezes me lembrar que eu tenho muito trabalho a realizar em outras esferas, e aí me pego pensando em deswligar-me...

Mas, aí me lembro que, nos guetos e avenidas obscuras, tem gente que trabalha contra essa maré de lesados.

Pudim disse...

Há três versões para cada história: uma versão para cada um dos lados e mais uma versão, a correta.

Não dizendo respeito ao comodismo em si (concordo com tudo que foi escrito), referindo-me à situação particular que relata: a parcialidade pode nos levar a interpretar as palavras de forma diferente do que se disse de fato.

Chegar a um ambiente novo atacando e se rebelando contra o status quo somente gera resistência desnecessária. Com paciência e diálogo é mais fácil mudar as coisas, que simplesmente chegar "tocando o terror".

Amèlie disse...

Caro Andarilho, em nenhum momento falei em "tocar o terror" (apesar de muito interessante vc ter usado essas palavras justamente esta semana e no meu atual momento pessoal!, mas isso não vem ao caso). Discordo com as três versões, creio sim que seria 2 perspectivas... uma de cada lado. Correto ou não isso dependerá de uma série de fatores.

O que nunca vou concordar é com a omissão e o comodismo. Cada vez mais tenho vivido isso e por isso, tenho me "rebelado" e sem a necessidade de chegar "tocando o terror", apesar de algumas vezes achar que seja necessário!